Um dos papéis centrais de um Líder é criar esperança para a mudança. Mobiliza multidões quando demonstra fé na capacidade que juntos têm de encontrar uma solução para os problemas, e que irão vencer no final, haja o que houver. Então, por que, neste momento de crise, lideranças empresariais fazem questão de disseminar exclusivamente o caos, tecendo cenários aterrorizadores e uma visão fantasmagórica das dificuldades que ainda vamos enfrentar, por tempo que parece cada dia mais indeterminado?
Não devemos tratar adultos como crianças, tapando o sol com a peneira e escondendo a gravidade da crise que estamos todos atravessando. Mas um Líder que se preze não pode sequestrar a esperança, a energia que as pessoas mais precisam nesses momentos para descobrir saídas viáveis e até mesmo inovadoras. Acometidas pelo pânico, sem acreditarem que são capazes de fazer a diferença e encontrar um caminho a seguir no caos, as pessoas jamais terão sossego mental para serem criativas e empreendedoras.
Trata-se de um engano primário um Líder achar que o terrorismo emocional vai gerar senso de urgência para as transformações que precisa realizar na empresa. Medo mais paralisa do que mobiliza, porque o temor de errar num momento de recursos tão escassos e sem margem de manobra leva as pessoas a um estado de espera preventiva... "Melhor procurar um abrigo e esperar o furacão passar do que tentar encontrar uma saída no meio da tempestade". Este é o pensamento e a atitude que se criam, como um tiro que sai pela culatra.
Líderes não são perfeitos, são gente de carne e osso, de complexidade humana e emocional, assim como qualquer pessoa da sua equipe. Não são infalíveis e muito menos máquinas de funcionamento preciso e incansável. Por isso, não precisam ter respostas para todas as perguntas. Porém, têm de arriscar uma visão propositiva de luz para o fim do túnel e promover um debate franco e livre sobre as alternativas para conquistá-la. Precisam liberar pessoas criativas do dia a dia burocrático ou focado no mais do mesmo, selecionadas da equipe para refletirem e prototiparem novos caminhos fora da caixa.
Tudo isso vale também para as pseudo lideranças políticas e formadores de opinião, que brincam de mensageiros do Apocalipse na imprensa e nas mídias digitais. Se não forem capazes de oferecer estratégias e soluções para os problemas do país, pelo amor de Deus aproveitem a preciosa oportunidade de ficarem quietos. A economia é extremamente impactada pelo comportamento das pessoas que, apavoradas, só aprofundam a crise.
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